UBUNTU
Um antropólogo estava estudando os usos e costumes da tribo e, quando terminou seu trabalho, teve que esperar pelo transporte que o levaria até o aeroporto de volta pra casa. Sobrava muito tempo, mas ele não queria catequizar os membros da tribo; então, propôs uma brincadeira para as crianças, que achou ser inofensiva.
Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade, botou tudo num cesto bem bonito com laço de fita e tudo e colocou debaixo de uma árvore. Aí, ele chamou as crianças e combinou que quando ele dissesse "já!", elas deveriam sair correndo até o cesto, e a que chegasse primeiro ganharia todos os doces que estavam lá dentro.
As crianças se posicionaram na linha demarcatória que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse "Já!", instantaneamente todas as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direção à árvore com o cesto. Chegando lá, começaram a distribuir os doces entre si e a comerem felizes.
O antropólogo foi ao encontro delas e perguntou porque elas tinham ido todas juntas se uma só poderia ficar com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces.
Elas simplesmente responderam: "Ubuntu, tio. Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?"
Ele ficou desconcertado! Meses e meses trabalhando nisso, estudando a tribo, e ainda não havia compreendido, de verdade a essência daquele povo. Ou jamais teria proposto uma competição, certo?
Ubuntu significa:
"Sou quem sou, porque somos todos nós!"
Atente para o detalhe: porque SOMOS, não pelo que temos...
Conheço o conceito e reconheço sua importância para a educação,para vida em sociedade e para a vida comum. Em todos os sentidos
"Juntos somos um" ou, "Sou quem sou porque somos todos nós", como os
Umbutus.É usado como filosofia de ensino nos primeiros anos da educação
infantil, em atividades que socializam, humanizam, trazendo para dentro
da sala de aula, valores importantíssimos, que devem mover todas as sociedades, como a solidariedade e a generosidade. É uma ação pedagógica includente, que prepara as crianças, logo na sua 1ª infãncia, para a cidadania, para o convívio gregário e para a liberdade, de forma harmoniosa e equilibrada.
Certamente todo esse trabalho pedágógico-social, desenvolvido nos primeiros anos escolares, tem a intenção de fazer a diferença, que crie raízes, crie história, e continue fazendo a diferença em todo o curso da vida acadêmica dos educandos, servindo como base forte para todos os outros seguimentos da vida de um ser humano, trazendo reflexos nos comportamentos e hábitos, na famíla,
na sociedade e no desenvolvimento profissional, em todo o seu contexto. Mas, o que vemos, é um trabalho de desconstrução, a partir das mudanças de instâncias políticas do processo educativo. Onde, o que prevalece, são as técnicas, a educação bancária, a competição velada , a individualidade, as desigualdades e a desqualificação do professor com agente pedagógico social.
Como um comportamento valoroso, um conceito tão nobre pode ser comum em uma tribo africana e nos causar tamanha admiração?
Porque passou despercebido ao antropólogo?
Afinal, este padrão deveria ser comum e normal entre as gentes!
Conhecimento não é sinônimo de sabedoria. Certamente esse povo, os Umbutus, desenvolveram a sua humanidade na prática da sobrevivência em ambiente hostil. Onde só a união e a solidariedade pode assegurar a preservação da espécie com dignidade e evolução, eles desenvolveram sua humanidade e sua sabedoria através da educação. Educaram seu povo como irmãos, para a humanidade.
É uma pena que não tenhamos adotado o mesmo modelo para nossa sociedade, pois aqui, só o que se desenvolve é o ambiente hostil e, a Educação é
assunto subdesenvolvido.
Mas, se olharmos nossos arquivos, veremos luz no fim do túnel.Não posso deixar de lembrar da educação especial, que tem como prioridade o conceito
solidário, pedagógico-social e que, realmente, é ensinado, e funciona.
Nas paraolimpíadas de 2.000, uma atleta, de uma das equipes de revezamento, ao ver um atleta, de outra equipe, cair, na hora da troca dos bastões, parou onde estava e, esperou que o competidor se levantasse e se recuperasse. Logo, todos os participantes perceberam a importância do ato e, seguiram-na, deram as mãos e terminaram a corrida, todos juntos, chegando, todos, em 1º lugar. Estas atitudes fizeram o mundo todo refletir. Oro, para que tenhamos mais oportunidades de ver feitos assim, não de forma excepcional, mas de maneira normal como atitudes e comportamentos normais há todo ser humano. Onde o cconceito é :"o que der para voce, ´dá para mim também", em todos os aspectos da nossa sociedade,mas, principalmente na educação, que é onde se forma um cidadão verdadeiramente comprometido com a emancipação e com a realidade em que está inserido.
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